Encontros nada ocasionais


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Estava andando no centro de Cascavel outro dia e ouvi ao longe o som de um saxofone. Queria saber de onde vinha o som, porém eu só avistava pessoas apressadas andando pra lá e pra cá. Continuei caminhando quando ví um homem tocando saxofone e ao lado, um senhor simpático acompanhando com o violão. Olhei em volta e ninguém realmente estava parado para apreciar a música, as pessoas só olhavam curiosas mas logo corriam apressadas para a sua vida. 




Os dois tocavam com tanta sensibilidade que eu só conseguia ouví-los com um sorriso no rosto. Esse é o tipo de coisa que preenche meu dia. 

Me aproximei e perguntei para um moço se ele estava acompanhando os dois músicos. O argentino me olhou, sorriu e disse que sim mas trocou poucas palavras comigo. Ele mal entendia o que eu perguntava e eu resolvi não interromper nossos pensamentos apreciando a música. 

Os três mosqueteiros se encontraram por acaso na estrada e vieram parar em Cascavel. O argentino estava animado e gostou da cidade. Disse que pretendem ficar por um mês aqui. Se ele conseguir um trabalho, irá alugar um local para morar e comprar roupas novas.

Queria passar o dia alí mas eu também tinha coisas a fazer. Tirei umas moedas da carteira e coloquei no chapéu que estava no chão. Os três sorriram, agradeceram e eu andei de volta para os meus compromissos aos som de "Besame Mucho".

Ao final do meu dia fiquei grata por ter tirado alguns minutos do meu tempo para ouvir aqueles homens tocando. São detalhes assim que fazem a diferença e que nos ensinam o valor da vida.

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Jéssica Tavares

Futura jornalista, Jéssica Tavares divide seu tempo entre estudar para o curso de comunicação social e trabalhar como analista de mídias sociais. Ler, escrever, criar, fotografar, fazer arte é o que move o seu dia a dia.

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