A virada cultural de Toledo foi uma inspiração como um todo para mim. Pessoas sedentas de cultura, em busca de conhecimento e compartilhamento deste. Vários movimentos, cores, etnias, gostos unidos num só propósito. Eu adoro ir à lugares onde as pessoas são o que são e não se tratam mal por serem diferentes, esse é o tipo de coisa que eu só vejo na praia no final do ano. Pessoas vivendo sua própria vida não importando com a opinião do outro, e o outro não incomodando ninguém por ver ou ser algo diferente. Coisa que não vejo na faculdade ou no dia a dia. As pessoas se preocupam de mais em olhar para o lado pra saber o que está acontecendo e esquecem de olhar pra si.
Enfim, caminhar por Toledo naquela tarde de domingo, foi muito prazeroso. Enquanto buscávamos produzir matérias, nos deparamos com uma tenda um tanto quanto curiosa. Papéis e fotografias pendurados por toda a parte. Cada papel continha um poema ou poesia assinado por um artista passageiro que alí sentou, escreveu e deixou seu recado para os curiosos que passavam conhecer, parar, ler e quem sabe escrever também.
Parei. Li alguns poemas. Sorri. Pensei. Andei até uma simpática senhora e disse:
- Qualquer um pode escrever um poema e pendurar aqui?
Ela abriu um sorriso e rapidamente falou:
- Sim! Você gostaria de escrever um?
Parecia que ela sabia que a resposta seria sim e logo se apressou em pegar papéis, caneta e me arrumar um lugar confortável para sentar e escrever.
O poema veio assim... sem pensar. Eu senti e escrevi. Deixei o meu recado para os próximos passageiros da barraca e saí feliz, a procura de mais inspirações para completar meu dia.
--
Jéssica Tavares
