Rango: Uma aventura no faroeste


posted by Jessica Tavares

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Imagine só. Um lagarto com uma camisa havaiana, brincando de ser ator em sua vã solidão, em meio a seus questionamentos e confusões internas, ele vai parar no faroeste deserto com uma trilha sonora bem mexicana. Confuso? Talvez? Mas ele então se pergunta:

"Quem sou eu?"




Essa é uma questão que em algum momento da vida, perguntamos a nós mesmos. E é em torno desta frase que o filme Rango se desenvolve num roteiro cheio de lacunas a serem preenchidas pelo próprio telespectador.

A dublagem de Jhonny Depp, dá um ar cômico para o personagem principal e ainda revela mais uma vez a autênticidade do ator em criar e vivenciar o personagem sem perder suas próprias características.



Cada personagem que aparece no filme, tem uma identidade marcante. Cheios de atitude, todos eles lutam pelo bem comum, cada um com seus interesses e portanto, seguem lados diferentes. Animais sujos de poeira, com expressões de sofrimento, numa cidade onde água é único motivo de esperança, pois a escassez é parte do dia a dia desses estranhos moradores. Ainda que cheios de atitude, esses moradores são ingênuos por acreditar no discurso do poder público que aparentemente cuida do bem estar da cidadezinha.

Rango , o protagonista, vive intensamente esta aventura, assume uma nova identidade e segue seus instintos sem medo de tentar. Altos e baixos o acompanham até Rango se ver encurralado pelas próprias ações. Então ele se redesconbre através da fala mais marcante do filme:

-- Hoje eles tem nome pra tudo.
Não importa o que eles te chamam. São as escolhas que fazem um homem.

Rango repensa e faz suas escolhas, então a trama se desenvolve num conflito previsível, mas que nos chama a atenção para o cuidado com o meio ambiente bem como ser cidadãos de opinião para sabermos lutar pelos nossos direitos.

Para quem gosta de animação gráfica, essa é uma boa pedida. O filme é impressionantemente detalhado e nos tira a respiração com algumas imagens. Ainda que deixa a desejar em algumas partes no roteiro, vale a pena conferir o filme pelo seus detalhes muito bem feitos e pensado e com a trilha sonora de Hans Zimmer (compôs uma das melhores trilhas sonoras de todos os tempos, da trilogia Piratas do Caribe), bem divertida e deliciosa de ouvir. E também pela direção de Gore Verbinski, que depois de dirigir Piratas do Caribe, O Chamado, Um Ratinho Encrenqueiro, se aventura no faroeste e traz uma outra visão de mundo para dentro da telona. Uma visão ousada eu diria, por criticar o sistema e fazer o telespectador a olhar por outro viés.

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Jéssica Tavares

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